-Susan, já são quase seis horas, se você quiser ir bonita para ele, tem que se arrumar agora.
-Tem que passar boa imagem não é?
-Ta bom, tudo isso eu aceito, menos a parte do vestido.
-Pode vim Laura.
Ela entrou no quarto, e fez uma cara de espanto, sorrio para ela meio sem graça.
Ela sentou do meu lado, e me abraçou.
-Você esta linda amiga.
Sua voz era pior que a sua aparência, admito aquela hora ele me assustou, ele se virou e foi correndo pro banheiro, enquanto o garçom me ajudava a levantar, outro veio com um saco de gelo e um pano para por no meu machucado, o pessoal do restaurante fica olhando para mim com cara de espanto, realmente não gostava de ser o centro das atenções. Os garçons ainda me pedia desculpa, eu já nem prestava mais atenção neles, eu ficava olhando para a porta do banheiro ver se Robert aparecia.
-Me desculpa, o seu jantar será por conta da casa.
-Não precisa.
-Faço questão.
Sorri quando vi Robert sair do banheiro, parecia mais tranquilo menos tenso.
-Me desculpa, não gosto de ver sangue.
-Tudo bem, entendo você.
Ele me deu sua mão e me levou até o carro, quando entramos não conseguimos conversar... Ficou um silencio até o meio do caminho.
-Então o que foi aquilo?
Minha voz estava seria, o olhar dele estava fixo no transito.
-Aquilo o que?
Ele parecia estar rindo do que perguntei, mas eu não via nenhuma graça.
-Seu rosto... Ficou diferente depois do tombo.
-Eu já disse, não gosto de sangue.
-Certeza? Parecia que você queria muito ver meu sangue.
-Para com isso.
-Ta bom, já que não liga eu posso tirar esse pano que esta na minha mão não é?
Desenrolei o pano que apertava minha mão para não sair mais sangue, já não estava mais doendo como antes... Só ardendo.
-Coloca esse pano de novo. Susan coloca eu não estou de brincadeira.
-Ou o que?
Ele estacionou o carro e olhou no fundo do meus olhos, algo estava errado com ele e isso me dava medo. Mas ao mesmo tempo vontade de saber o que.
-Chegamos.
Olhei pro lado e vi minha casa, com as luzes todas ligadas, minha mãe devia estar me esperando.
-Tchau.
Desci do carro, e fuin andando até a porta, quando olhei para trás ele já estava entrando em sua casa, respirei fundo, e senti uma gota de lagrima escorrendo em meu rosto, sentei na varanda e senti alguém chegando perto.
-Oi maninha. Sentiu minha falta?
Não podia ser, não era verdade, meu irmão? Mas por que ele volto para Nova York? Me levantei e abracei ele.
-Claro seu bobo. Mas o que você esta fazendo aqui? Pensei que você estava estudando.
-Resolvi estudar aqui. Afinal se eu ficasse mais um temó lá você ia morrer de saudades.
-Fica quieto.
-Sabe quem eu trouxe?
-Namorada nova? Nossa, você não mudou nada.
-Não boba, seu namorado.
-Que?
Eu não queria ver ele, muito menos escutar sua voz, não quero. Ele me magoou.
-Sentiu minha falta Susan?
-Ainda tenho que responder?
Meu irmão abriu a boca e respirou fundo.
-Vou deixar vocês a sós.
Quando ele entrou, Derek chegou perto de mim, colocou suas mãos em minha cintura.
-Ainda magoada?
Ele me deu aquele seu sorriso, nojento que me dava ódio, deu vontade de bater na cara dele. Mas infelizmente minha mão estava machucada.
-Só poeque você resolveu me largar por causa de uma outra? Não, achei coisa melhor do que você.
-E eu só penso em você.
Seu olhar, ainda mexia comigo, queria tanto sentir raiva dele, mas não dava, ele foi meu primeiro namorado.
-Quanto tempo você vai ficar aqui?
-O ano todo.
Aquele momento me deu vontade de sair correndo pelas ruas e arrancar a cabeça do primeiro que passar na minha frente. Mas respirei fundo e olhei para o chão.
-Você não ficou feliz? Olha que maravilha eu vou dormir na sua casa!
-Na casinha do cachorro não é?
-No seu quarto.
Ele sorriu, com um sorriso me dava ódio, o mesmo sorriso que vi ele dando para aquela menina...
-Prefiro que seja na casinha do cachorro.
-Vocês não tem cachorro.
-Para isso serve os vizinhos.
Ele riu, e começou a fazer carinho em meu rosto, deu vontade de dar um tapa nele de novo, mas respirei fundo e me virei e dui para cozinha.
-Filha o que foi?
-Seu amiguinho esta lá fora. Por que não vai até lá?
Não sei o motivo mas tinha algo que minha mãe adorava nele.
-Um dia vocês voltam, foram feito um para o outro.
Ela sorriu para mim, ótimo minha mãe amava ele e eu estava preste a ter uma mãe inimiga.
-Mãe... Se você gosta tanto dele... Por que não namora com ele?
Quando fui perceber... já tinha falado, ela já tinha ficado brava, enfio a faca que segurava na tabua de bater carne e foi para seu quarto. Voltei lá fora, ele já tinha ido. Sai de casa, comecei a andar pela rua, eu ia no meu lugar favorito o cemitério, sei que é meio estranho...
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Quando sentei no chão, comecei a pensar coisas horrorosas, tive lembranças que passei, acidente no jantar, briga com mão e o mais difícil Derek. Bem... Nessas horas penso em ter um diário, para colcar todos meus problemas mas tenho certeza que depois de algumas semanas não iria mais escrever. Não tinha paciência para escrever esse tipo de coisa.
-Susan? O que esta fazendo aqui?
Aquela voz, era conhecida mas não lembrava de onde e afinal, não estava nenhuma vontade de saber quem era. Mas iria ser falta de educação não olhar. Era ele. Robert com outra roupa. Admito era ver ele melhor assim do que para ele me levar num lugar que me sentia deslocada.
-Oi Robert, longa história...
-Tenho tempo para escutar.
Ele se sentou na minha frente, é era estranho falar com apessoa que você acha que sentia algo por ele, afinal era um cemitério olha que lugar bom para se conversar.
-Sempre vistio aqui. Minha irmã esta enterrada aqui...
-Ou... Meus pêsames.
-Faz um pouquinho de tempo, uns seis anos. -Respirei fundo, não era acostumada a contar e falar sobre aquele assunto - Isso aconteceu em 2005, agente estava viajando com nossos pais, estávamos na nossa casa de praia vendo TV como se fosse duas garotinhas santinhas, enquanto meus pais saíram com meu irmão, e nos deixou em casa sozinhas...
Senti algumas gotas de lagrimas escorrerem no meu rosto, era difícil falar disso para mim, o fato aconteceu por minha causa...
-Minha irmã foi até a cozinha e começou a ligar o fogão e desligar, até que eu falei para ela para, um pano estava numa das bocas do fogão e minha irmã acabou ligando todas as bocas.
-Se quiser parar pode. Não irei te forçar a falar algo que não queria.
Já estava no final, sei que podia continuar.
-Ai você sabe, começou o incêndio, não sabíamos o que fazer, o fogo estava aumentando cada segundo, quando vimos os bombeiros arrobando a porta, o fogo já estava em tudo, sofá, cama... Fui a primeira a me pegarem, me puseram na ambulância. Foram salvar ela depois... mas já era tarde de mais uma tabua do teto havia caído bem em cima dela ela acabou morrendo, por causa do peso e por estar com fogo.
-Me desculpa se fiz você chorar de novo por esse fato horrível.
-E tudo isso por minha causa... Antes disso havia feito uma aposta, duvidei que ela ligaria o fogão...
-Aconteceu. Se aconteceu isso é que tinha que acontecer.
-Na verdade não. São nossas atitudes que colocam nós em risco.
-Não é culpa sua. Foi um acidente. Você não pode sofrer por algo que já aconteceu.
-As vezes pergunto, o porque, que ela morreu, por que não fui eu?
-Por que não iria poder fazer isso...
Ele chegou perto e me beijou, era como se todos meus problemas acabace naquele exato momento, eu só conseguia viver aquele beijo, havia esquecido de tudo. Até que senti ele parar de me beijar, o olhei sem saber o que eu falaria...
-É... O que foi isso?
Nessa hora percebi minha mão suando, estava com um frio na barriga, mas ele estava tão calmo, aquele sorriso...
-Eu te amo Susan. Daria minha vida por você. E me arrependi ter saído daquele jeito no jantar.
-Foi nada. Você não gosta de sangue.
Seu olhar era de dar pena, dei um sorriso meio sem graça para ele, quando ele via meu machucado.
-Doendo muito?
Bem... Eu poderia ter falado que não, mas estaria mentindo, fiz um sinal que sim com a cabeça, seu olhar estava tenso ele parecia estar passando mal, ele tentava para não acontecer algo, deveria ser a vontade de vomitar. Fiquei olhando meu machucado, quando fui olhar para ele, seu olhos estava mais negros do que nunca, aparecia suas veias de perto do rosto, me deu medo mais resolvi perguntar.
-Robert... Ta tudo bem? Seus olhos...
-Não esta tudo bem, tenho que ir.
Ele se levantou e tava saindo do cemitério, ele me deixou sozinha novamente no meio do cemitério, algo que não acreditava... "esta tudo bem" aquela resposta não parecia verdadeira.
Continua...